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Convulsões Febris

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Mensagem  li Qua Nov 19, 2008 12:43 pm

A primeira convulsão febril gera sempre grande ansiedade na família não só pelo inesperado da situação como pelo medo de poder anunciar doença neurológica grave. Para esclarecer as dúvidas que surgem aos pais, eis algumas das questões mais frequentemente colocadas:

O que é uma convulsão febril?
É uma convulsão que surge numa criança saudável, entre os 6 meses e os 6 anos de idade, no início de uma doença febril aquando da subida rápida da temperatura. As convulsões febris estão relacionadas com a idade e tendem a desaparecer quando a criança cresce, sendo raras após os 5 anos.

É frequente?
Cerca de uma em cada 20 crianças (4%) têm convulsões acompanhadas de febre. A causa é desconhecida mas factores genéticos têm um papal importante e se o pai ou a mãe tiveram convulsões febris o risco é 4 vezes superior ao da população em geral.

Como são as crises?
Na maioria dos casos as crises (ataques) são generalizadas. A criança perde os sentidos, revira os olhos, fica com o corpo hirto e logo a seguir os braços e pernas começam a tremer. Depois de alguns minutos os movimentos param, o corpo fica mole e a criança dorme durante 15-30 minutos e acorda bem. Durante a crise pode ficar com os lábios roxos, espumar pela boca ou urinar.

O que devo fazer?

Em primeiro lugar não deve entrar em pânico e não deve colocar nada na boca da criança.

Deite a criança de lado, num local seguro onde ela não se possa magoar.
Baixe a temperatura com paracetamol rectal ou pachos de água tépida colocados no corpo despido .

Se não for a primeira convulsão, os pais já devem ter em casa clisteres de Diazepam (StezolidR), um medicamento que se utiliza para parar a convulsão. A administração é rectal e a dose depende do peso da criança:
- Peso inferior a 5Kg: 2,5 mg
- Peso entre 5 a 10Kg: 5 mg
- Peso superior a 20Kg: 10 mg

Quando devo ir ao Hospital?

Na primeira convulsão febril deve sempre dirigir-se a um Serviço de Urgência para uma avaliação cuidadosa da situação. Habitualmente é necessário ficar em observação durante algumas horas e fazer alguns exames para excluir infecções do sistema nervoso central.

Se não for a primeira convulsão, e se a criança estiver bem, deve consultar o seu médico para averiguar e tratar a causa da febre.

No entanto existem sinais de alarme que vos devem levar sempre a um Serviço de Urgência:
- Se a convulsão for prologada (mais de 15 minutos)
- Se os movimentos forem só de um lado ou se após a crise a criança só mexer um lado
- Se a criança não acordar completamente 30 minutos após a crise
- Se ficar muito prostrada, com gemido ou sonolência
- Se a febre não baixar apesar das medidas tomadas
- Se tiver mais que uma crise no mesmo dia

É necessário fazer exames?
É importante excluir infecções do sistema nervoso central (meningites/encefalites) após a primeira convulsão febril e sempre que houver essa suspeita clínica.

Deve fazer EEG ou exames de imagem?
O electroencefalograma (EEG) não é necessário para o diagnóstico, e não prevê a recorrência de convulsões, motivo pelo qual o seu uso não está recomendado. A TAC crânio encefálica também não é necessária.

Pode voltar a ter convulsões quando tiver febre?
Sim, cerca de um terço das crianças voltam a ter uma ou mais crises com febre, mas é impossível de prever quando ou em que crianças. No entanto o risco é maior nos primeiros 6 a 12 meses após a primeira crise, se a convulsão surgiu com febre baixa ou se há história familiar de convulsões.

Que devo fazer para evitar as crises?
Apesar do risco de recorrência, o uso de medicamentos anti epilépticos não está recomendado em crianças com convulsões febris.
É importante estar muito atento aos primeiros sinais de doença e controlar sempre a temperatura, nunca esquecendo o período da noite

O meu filho pode ficar com Epilepsia?
Cerca de 2,5% das crianças que começam com convulsões febris, mais tarde têm epilepsia, ou seja começam a ter convulsões sem febre. Esta situação é mais frequente em crianças com atraso do desenvolvimento, história familiar de epilepsia, crises prolongadas ou que afectam só um lado do corpo.
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Convulsões Febris Empty Re: Convulsões Febris

Mensagem  vivie Qua Nov 19, 2008 1:31 pm

graças a Deus que o meu filho nunca sofreu disso!
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Convulsões Febris Empty A minha experiência

Mensagem  li Qui Nov 20, 2008 12:21 pm

Porque considero que a informação é a melhor ajuda da prevenção, não poderia deixar de colocar aqui o meu testemunho sobre esta assunto.

O meu filho teve um episódio de convulsão febril quando tinha 4 anos.

Na altura eu nunca tinha sequer ouvido falar em tal, sabia que haviam convulsões, mas não como estas e não fazia a mínima idéia de como elas nos podem surpreender.

O meu filho tinha estado com uma inflamação na garganta havia pouco tempo, tinha tomado antibiótico e parecia já estar totalmente bem. Entretanto estávamos no Carnaval e aproveitámos o fim-de-semana grande para irmos até à Serra Nevada.
Correu tudo bem, adorámos, voltámos na terça-feira de Carnaval e na quarta-feira ele voltou ao infantário.
A meio da tarde recebo um telefonema da educadora dele a dizer que o meu filho não "reagia", que ele estava a dormir, que ao se aproximar viu que ele estava quente, que tinha vomitado e tinha feito xixi... ainda hoje recordo a voz dela.
O infantário ficava a cerca de 5 minutos do meu local de trabalho e digo-vos que não sei como lá cheguei, pois a sensação que tenho é que devo ter voado. Quando entrei no infantário só vi o meu filho deitado num daqueles sitios onde se mudam as fraldas aos bébés, aparentemente sem sentidos, e todos em volta dele tentando que acordasse. Lembro-me que um dos pequeninos me perguntou se ele tinha morrido...
Eu não sei dizer o que senti, sei que perguntava sem parar se ele estava a respirar, sentia que era primordial que me respondessem a isso. Vi que podia perder o meu filho naquele momento.
Entretanto chegaram os bombeiros (ainda não havia o INEM), e lembro-me que reparei que a primeira medida que tomaram foi provocarem-lhe novamente o vómito, pois ele poderia ter ficado com restos de comida a taparem-lhe a respiração. Não vi sair mais nada, mas o meu filho abriu ligeiramente os olhos, só que voltava a fechá-los. Seguimos de imediato para o hospital. O meu filho sempre no meu colo, e o bombeiro fazendo de tudo para o manter acordado.
Lá não me deixaram assistir, mas sei que uma das medidas que tomaram foi porem-lhe de imediato um supositório Ben-U-Ron.
Não sei se fui que lhes disse que ele tinha febre. Mas o que é certo é que poucos minutos depois ele acordou do que mais parecia um transe. Fixava-me a mim e a quem estava em volta dele, mas com um olhar abstracto, como se não nos visse. Só minutos depois rompeu a chorar. Ficámos algumas horas em observação e depois voltámos para casa.
No hospital, nada me foi dito, e eu acho que também não perguntei, só queria saber se estava bem, e parecia já estar.
No dia seguinte levei-o ao Pediatra que o acompanha desde o primeiro dia e depois de lhe explicar tudo o sucedido, mas explicou que o meu filho tinha passado por um convulsão febril, que tal poderia nunca mais se repetir, apresentou-me o "Stesolid" e disse-me tudo aquilo que eu precisava de saber.
Sei por exemplo que uma convulsão febril ocorre não porque a criança está com febre, mas sim porque a sua temperatura subiu de repente (depois de voltar a conseguir pensar, lembrei-me que no infantário elas diziam que ele não tinha febre e quando viram ele tinha quase 40º), que isso pode acontecer apenas uma vez na vida, mas que existem crianças que têm mais tendência para que isso aconteça que outras, sei que numa convulsão febril o fundamental é baixar a temperatura, pelo que um supositório pode ajudar (nunca comprimidos claro) e sei que em principio é mais assustador do que perigoso.
No caso do meu filho, o facto dele ter vomitado, foi uma defesa do próprio organismo, que ao ficar num estado de inconsciência libertou quer a comida que tinha no estomago e que ainda estava a fazer a digestão e libertou também o xixi.
Os bombeiros ao provocarem-lhe o vómito possivelmente poderão ter associado os sintomas a uma congestão, mas também me foi dito pelo Pediatra do meu filho que nas crianças pequenas isso não acontece, porque as crianças só comem aquilo que o seu estômago precisa.

Hoje o meu filhote tem 13 anos, é forte, muito saudável graças a Deus, nunca mais voltou a ocorrer nenhuma convulsão febril, mas recordo aquele dia, aquelas horas, minutos, como se fosse ontem e não posso deixar de dizer a febre apavora-me. Apavora-me desde esse dia e sei que me vai apavorar por toda a minha vida.

O analgésico ao primeiro sinal de febre passou a ser obrigatório.

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Convulsões Febris Empty Re: Convulsões Febris

Mensagem  vivie Sex Nov 21, 2008 2:52 pm

pois é....tb tenho um com 13 anos ....chegou a fazer 40 de febre mas felizmente nunca fez uma convulsão...


mas diz que é horrivel,,,, Shocked
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Convulsões Febris Empty Convulsões: o lado negro da febre

Mensagem  li Sáb Jan 31, 2009 4:27 pm

Porque a informação nunca é demais...

Já aqui se disse: há febres e febres. Mas uma constitui um verdadeiro papão, deixando os pais em pânico: Trata-se das convulsões, relacionadas com frequência com a morte de bebés ainda que sejam uma doença febril benigna, passível de ser controlada.

Manifestam-se nos primeiros anos de vida, no máximo até aos seis, e afectam entre três a cinco por cento das crianças, com maior incidência nos rapazes. Nos primeiros três anos de vida são mais frequentes, diminuindo os episódios à medida que a criança se aproxima dos seis anos, sendo que há uma predisposição familiar para a ocorrência de convulsões.

Começam como um simples acesso de febre, mas logo se distinguem na medida em que a criança assume um comportamento estranho: o seu corpo fica rígido, efectua movimentos involuntários e descoordenados, podendo ainda revirar os olhos e apresentar um tom azulado na pele, sobretudo em volta da boca.

Uma convulsão não dura mais de um ou dois minutos, mas são minutos de pânico para quem assiste e se sente impotente. Até porque não há forma de travar a convulsão.

Na mão dos pais está apenas a possibilidade de minimizar as consequências que uma convulsão tem para a criança, evitando que ela se magoe.
Os traumatismos acidentais podem ser mais sérios do que a própria convulsão.

Assim, a criança deve ser deitada no chão ou noutra superfície plana, afastada de objectos que a possam magoar. A cabeça deve ser colocada de lado, para que não se engasgue com a saliva.

Prevenir as convulsões
Ao mesmo tempo, e tal como acontece com a febre mais banal, deve ser libertada do máximo de roupa, de modo a que o corpo vá arrefecendo. Resta depois esperar que passe, controlando o impulso natural de lhe interromper os gestos descoordenados que tanta aflição causam.

Findo o acesso, há que proceder como em qualquer outro quadro febril, medindo a temperatura e ministrando um medicamento adequado, por exemplo um supositório de paracetamol. Deve em seguida ser contactado o médico, que avaliará se a convulsão em si necessita de tratamento.

É natural que a visão de uma criança em plena convulsão deixe a família assustada. Mas há que desdramatizar, na medida em que as convulsões não são perigosas para a criança, não deixando lesões a nível cerebral ou neurológico nem condicionando o aparecimento posterior de epilepsia.

E é possível prevenir as convulsões, controlando rigorosamente a febre, mantendo o doente com roupas ligeiras e num ambiente pouco aquecido. Caso haja antecedentes, convém administrar precocemente os medicamentos antipiréticos, de modo a baixar a temperatura o mais depressa possível e eliminar qualquer margem para que a febre desague numa convulsão.

Se o seu filho tiver febre...

- aligeire-lhe a roupa, preferindo peças de algodão e, sobretudo, evitando tapá-lo com cobertores;
- coloque-o num ambiente pouco aquecido, arejado;
- passe-lhe compressas húmidas (embebidas em água morna) sobre a testa, a nuca e os braços, mudando com frequência;
- dê-lhe um banho de água tépida;
- hidrate-o, faça-o beber líquidos, água ou uma bebida açucarada, que também lhe fornece calorias;
- se mesmo assim a febre não baixar, dê-lhe um antipirético, de preferência um supositório de paracetamol, facilmente absorvido;
- se a febre baixar, mas a criança mantiver um “ar doente”, leve-a ao médico;
- se a febre for acompanhada de vómitos e diarreia persistente, leve-a igualmente ao médico;
- se a febre persistir por mais de três dias, mesmo sem outros sintomas, a criança deve também ser observada pelo médico.
Fonte: FarmáciaSaúde

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